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PIS/PASEP: Saiba se Você tem Direito

No coração dos direitos trabalhistas brasileiros, dois programas têm desempenhado um papel vital na distribuição de benefícios financeiros para milhões de trabalhadores: o PIS e o PASEP.

Esses fundos não apenas garantem uma reserva de recursos para trabalhadores formais, mas também funcionam como ferramentas de inclusão social e fortalecimento da economia nacional.

Criados com o objetivo de oferecer uma participação dos lucros do governo e das empresas estatais aos trabalhadores, o PIS (Programa de Integração Social) e o PASEP (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) são frequentemente confundidos, embora sirvam públicos distintos e possuam regras específicas.

O entendimento correto sobre esses benefícios é crucial para garantir que os trabalhadores não deixem de acessar valores que, em muitos casos, fazem uma grande diferença no orçamento familiar. Ao longo deste artigo, você entenderá detalhadamente o que são esses programas, quem tem direito, como consultar, sacar e muito mais.

Diferença entre PIS e PASEP

Embora ambos tenham sido criados com o mesmo objetivo e possuam funcionamento semelhante, a principal diferença entre PIS e PASEP está no público-alvo. Enquanto o PIS é voltado para trabalhadores da iniciativa privada, o PASEP atende servidores públicos.

Outra diferença importante está nos bancos responsáveis: a Caixa Econômica Federal gerencia o PIS, e o Banco do Brasil, o PASEP. Essa distinção influencia diretamente no processo de consulta e saque dos valores disponíveis para cada trabalhador.

Além disso, após a criação do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), os saldos dos fundos do PIS/PASEP foram unificados. No entanto, os trabalhadores ainda mantêm os direitos adquiridos anteriormente, e os saques seguem sendo processados conforme os critérios de cada programa.

Quem Tem Direito ao PIS/PASEP

» Requisitos gerais de elegibilidade

Para ter acesso ao abono salarial do PIS ou PASEP, é necessário cumprir alguns requisitos básicos, válidos para ambos os programas. Veja abaixo:

  1. Estar cadastrado no PIS/PASEP há pelo menos cinco anos;
  2. Ter trabalhado com carteira assinada por, no mínimo, 30 dias no ano-base;
  3. Receber até dois salários mínimos mensais, em média, durante o ano-base considerado;
  4. Ter os dados corretamente informados na RAIS/eSocial pelo empregador.

Esses critérios visam garantir que apenas trabalhadores de baixa renda, que efetivamente contribuem com a força de trabalho do país, tenham acesso ao benefício.

Diferenças de critérios entre PIS e PASEP

Enquanto o PIS é voltado para quem trabalha em empresas privadas e tem o abono pago pela Caixa Econômica, o PASEP é direcionado aos servidores públicos, com pagamentos realizados pelo Banco do Brasil.

Além disso, muitos servidores que ingressaram no serviço público antes da unificação dos fundos ainda têm direito a sacar o saldo de cotas do PASEP, o que não acontece mais com os trabalhadores da iniciativa privada no caso do PIS.

Outro detalhe importante é que, em alguns casos, o pagamento do abono salarial pode não ocorrer automaticamente, exigindo que o trabalhador entre em contato com o banco responsável para verificar a situação e regularizar possíveis pendências.

Como Consultar o Saldo do PIS/PASEP

» Canais de consulta disponíveis

Existem diversas formas de verificar se você tem direito ao saque do PIS/PASEP. As mais comuns são:

  • Aplicativos oficiais: Caixa Trabalhador e Carteira de Trabalho Digital;
  • Site da Caixa Econômica Federal (para o PIS);
  • Site do Banco do Brasil (para o PASEP);
  • Atendimento presencial nas agências ou caixas eletrônicos;
  • Atendimento telefônico pela Central Alô Caixa (111) ou SAC do Banco do Brasil (0800 729 0001).

Essas ferramentas foram desenvolvidas para facilitar o acesso à informação, permitindo que o trabalhador consulte seu saldo de forma rápida e segura.

Como Sacar o PIS/PASEP

» Procedimentos para saque

Sacar o PIS/PASEP pode parecer um processo burocrático à primeira vista, mas com as informações corretas, tudo fica mais simples. O primeiro passo é verificar se você realmente tem direito ao benefício, e isso pode ser feito por meio dos canais digitais mencionados anteriormente.

Se for confirmada a elegibilidade, o saque pode ser realizado de forma totalmente automatizada para muitos beneficiários. No caso do PIS, os pagamentos geralmente são depositados diretamente na conta poupança ou conta digital da Caixa Econômica Federal, como a Caixa Tem. Para o PASEP, os valores são transferidos automaticamente para contas do Banco do Brasil.

Porém, caso o trabalhador não possua conta em nenhum dos dois bancos, é possível realizar o saque presencialmente em agências bancárias. Nesses casos, é necessário apresentar um documento oficial com foto (como RG ou CNH) e o número do PIS/PASEP.

Além disso, é importante estar atento ao calendário de pagamento. O governo divulga anualmente as datas conforme o mês de nascimento do trabalhador (no caso do PIS) ou o número de inscrição (no caso do PASEP). Se o saque não for realizado dentro do prazo estipulado, o valor retorna para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), sendo necessário fazer um novo pedido administrativo para reaver o benefício.

Outro detalhe é que trabalhadores aposentados, pessoas com doenças graves ou herdeiros legais de beneficiários falecidos podem solicitar o saque dos saldos antigos de cotas do PIS/PASEP. Para isso, será necessário apresentar documentação adicional que comprove a situação, como certidão de óbito, laudos médicos e documentos de herança.

Prazos e documentos necessários

Os prazos para saque do abono salarial geralmente se estendem por alguns meses, mas é crucial respeitá-los. Após o encerramento do calendário anual de pagamentos, o valor só poderá ser sacado mediante solicitação formal junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, o que pode gerar atrasos e exigência de mais documentos.

» Veja os principais documentos exigidos para o saque:

  • Documento de identidade com foto (RG, CNH ou passaporte);
  • Número do NIS (PIS/PASEP);
  • Carteira de Trabalho;
  • Comprovante de inscrição no PIS/PASEP;
  • Comprovante de conta bancária (para transferência, se necessário);
  • Documentos médicos ou judiciais (em caso de doença grave, invalidez ou falecimento).

Vale lembrar que, para cotas do PASEP, muitos servidores antigos ainda não realizaram o saque. Se esse for o seu caso, procure o Banco do Brasil com a documentação e solicite a consulta de valores disponíveis. Em caso de dúvidas sobre direitos acumulados, é possível entrar com pedido de revisão junto ao banco ou ao INSS, especialmente em situações como aposentadoria.

Valor do Abono Salarial PIS/PASEP

» Como é calculado o valor do abono

O valor do abono salarial do PIS/PASEP é proporcional ao número de meses trabalhados com carteira assinada no ano-base considerado. O valor máximo é equivalente ao salário mínimo vigente no ano de pagamento.

Por exemplo, se o trabalhador trabalhou 12 meses no ano-base, receberá o valor integral do salário mínimo; se trabalhou por apenas 6 meses, receberá metade desse valor.

É importante destacar que mesmo um único mês de trabalho registrado já pode garantir o direito ao abono proporcional. No entanto, o trabalhador precisa atender a todos os requisitos básicos: tempo de cadastro, renda média, entre outros.

Com a atualização anual do salário mínimo, os valores do abono também mudam. Por isso, é sempre bom verificar os valores atualizados para o ano corrente, seja no site da Caixa, do Banco do Brasil ou nos canais do Ministério do Trabalho.

Casos em que o valor pode ser menor do que o esperado

Muitos trabalhadores se surpreendem ao verificar que o valor depositado é menor do que o esperado. Isso acontece, em geral, por dois motivos principais:

» Trabalho parcial no ano-base

Se você trabalhou apenas parte do ano, o valor será proporcional a esse período.

» Erro no envio da RAIS

Caso o empregador não tenha declarado corretamente os dados do trabalhador na RAIS (ou no eSocial), o valor pode ser reduzido ou até mesmo bloqueado. Nesses casos, é necessário entrar em contato com o setor de RH da empresa para solicitar a correção das informações junto ao governo.

Além disso, mudanças na legislação podem impactar o valor recebido. Reformas trabalhistas, alterações no cálculo da média salarial ou ajustes nos critérios de elegibilidade também influenciam diretamente no valor final do abono.

O Que Acontece com o PIS/PASEP Não Sacado?

» Valores esquecidos ou não reclamados

Muita gente não sabe, mas milhões de reais referentes ao PIS/PASEP permanecem “esquecidos” nos cofres públicos todos os anos. Isso acontece porque muitos trabalhadores simplesmente não sabem que têm direito ao benefício, perdem o prazo para saque ou enfrentam dificuldades para acessar os canais de informação.

Se o valor do abono salarial não for retirado dentro do prazo estipulado pelo calendário anual, ele retorna para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Ainda assim, é possível fazer uma solicitação formal junto ao Ministério do Trabalho para reaver o dinheiro, mas esse processo é mais demorado e burocrático.

Já os valores das cotas do PIS/PASEP — referentes aos depósitos feitos até 1988 — continuam disponíveis para saque, principalmente em casos como aposentadoria, invalidez ou falecimento do titular. Para isso, é necessário solicitar diretamente na Caixa ou Banco do Brasil, com a documentação exigida.

Como recuperar valores antigos

Se você suspeita que tem valores a receber e não sacou no tempo certo, o primeiro passo é consultar seus dados nos sistemas da Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Caso haja valores de cotas ou abonos não retirados, será possível fazer um pedido administrativo de saque.

Além disso, o governo tem promovido campanhas periódicas para que os cidadãos resgatem valores esquecidos, inclusive com consulta integrada por meio do site Valores a Receber, do Banco Central, onde também é possível visualizar outros recursos não sacados de contas bancárias, consórcios e tarifas indevidas.

Calendário Anual do PIS/PASEP

» Como funciona o calendário de pagamentos

Todos os anos, o Governo Federal divulga um calendário oficial para pagamento do abono salarial PIS/PASEP. Esse cronograma leva em consideração:

  • Para o PIS:
    o mês de nascimento do trabalhador da iniciativa privada;
  • Para o PASEP:
    o número final de inscrição do servidor público.

O pagamento é escalonado, geralmente iniciado no primeiro trimestre do ano e finalizado no segundo semestre. Isso evita sobrecarga no sistema bancário e garante que os recursos do FAT sejam distribuídos de forma mais equilibrada ao longo do ano.

Por exemplo, um trabalhador nascido em janeiro pode receber seu abono em fevereiro, enquanto um nascido em dezembro terá que esperar até julho ou agosto. Servidores públicos com número final 0 recebem antes, e os com final 9, por último.

A consulta pode ser feita pelo app da Carteira de Trabalho Digital, site da Caixa, Banco do Brasil, ou pelos canais de atendimento do Ministério do Trabalho.

Como Evitar Perder o Prazo para Saque

» Dicas práticas para não deixar o dinheiro parado

Infelizmente, muitos trabalhadores acabam perdendo o prazo para saque do PIS/PASEP por pura falta de informação ou esquecimento.

» Para evitar isso, algumas dicas são essenciais:

  • Acompanhe o calendário oficial anualmente;
  • Cadastre-se nos aplicativos da Caixa e do Banco do Brasil para receber notificações;
  • Mantenha seus dados atualizados na RAIS/eSocial por meio do seu empregador;
  • Verifique seu NIS com regularidade;
  • Anote o mês de saque de acordo com sua data de nascimento ou número final do PASEP.

O governo também envia comunicados via SMS, e-mail e notificações nos aplicativos. Mas o mais importante é o próprio trabalhador adotar o hábito de verificar suas informações trabalhistas pelo menos uma vez por ano.

Tudo sobre PIS/PASEP: Saiba se você tem direitoFonte: Pixabay

Conclusão

O PIS/PASEP é mais do que um benefício: é um reconhecimento ao esforço e à contribuição dos trabalhadores brasileiros no desenvolvimento do país. Saber como funciona, quem tem direito, e como garantir o saque pode representar uma grande diferença no orçamento de muitas famílias, especialmente aquelas de baixa renda.

Com a modernização dos sistemas e a digitalização dos serviços, ficou muito mais fácil acessar essas informações. Mas, ao mesmo tempo, é preciso estar atento às mudanças nas regras, prazos e formas de pagamento. A educação financeira começa também por entender e exigir os nossos direitos.

Se você ainda não verificou se tem saldo do PIS/PASEP a receber, não perca tempo. Acesse os canais oficiais, consulte seu NIS, e confira se há algum valor te esperando. Afinal, cada centavo conta, e esse é um direito seu, conquistado com o suor do seu trabalho.

FAQ’s

  1. Como posso saber se tenho direito ao PIS/PASEP?
    Você pode verificar pelo app Caixa Trabalhador, Carteira de Trabalho Digital ou pelos sites oficiais da Caixa e Banco do Brasil.
  2. O que é o número do NIS e onde encontro?
    O NIS é o mesmo número do PIS/PASEP. Pode ser encontrado na sua carteira de trabalho física, no app da CTPS Digital, ou consultando seu extrato bancário da Caixa.
  3. Posso sacar valores antigos do PASEP se já me aposentei?
    Sim, aposentados têm direito ao saque das cotas acumuladas do PASEP, principalmente se contribuíram até 1988.
  4. Herdeiros podem sacar o PIS/PASEP de familiares falecidos?
    Sim, desde que apresentem documentos como certidão de óbito, inventário ou alvará judicial.
  5. Qual o valor máximo do abono salarial?
    O valor máximo é o salário mínimo vigente no ano do pagamento, proporcional aos meses trabalhados no ano-base.

SAIBA COMO APROVEITAR

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